Fechar Menu

Complexo de vira-lata. Pobre povo brasileiro!

11 | 09 | 2015
Fala Diretora
0 comentários

1062 visualizações

Complexo de vira-lata. Pobre povo brasileiro!

Poderíamos pensar num país que estivesse no caminho de um desenvolvimento e reconhecimento que nos colocassem no mapa de fato e de direito?
Poderíamos deixar de lado nosso decantado complexo de vira-lata perante outros povos?
Penso que essas perguntas teriam respostas se investíssemos no nosso povo. Investimento real na cultura e na educação formal.
Quando tínhamos excursões escolares no meu longínquo tempo de menina, íamos ao Museu do Ipiranga, ao Zoológico, à Casa do Bandeirante, ao Planetário ou ao Instituto do Butantã. Era uma festa! Somente excursões de estudo. Adorávamos! Nem mesmo os textos e os relatórios que tínhamos de entregar após o passeio eram motivo de desalento. Era uma oportunidade ímpar de sairmos da sala de aula e respirarmos outros ares. Sanduiche de mortadela! Delícia!
Hoje, nossos meninos torcem o nariz quando planejamos passeios culturais. Querem é diversão! Parques terrestres, aquáticos e somente passeios onde possam se recrear.
Exemplificando, na semana passada, a Dona Dora veio pagar uma excursão à Biblioteca Mário de Andrade. Os alunos da série do Marquinhos, seu filho, estão estudando a vida e a obra desse notável escritor paulista! O menino, ao lado da mãe falava para quem quisesse ouvir que não queria ir, porque era muito chato! Ela tentando pagar a excursão e ele batendo o pé. Emburrado!
Nossas excursões culturais são bem esvaziadas. Ficamos catando a laço os meninos e prometendo bônus nas avaliações ou nas médias para que possam participar desses eventos.
A cultura é um alimento que se come pela beirada do prato, assoprando e pegando pequeninas porções por vez. Uma iguaria!
Temos que apresentar às crianças desde a mais tenra idade, os livros, as obras de arte, as músicas clássicas e belas, a linguagem correta, os museus, as exposições e toda sorte de contato que possa colocar nos garotos a semente que germinará, certamente um dia.
Não iremos a lugar nenhum sem cultura!
O que notamos, infelizmente é o contrário. Há quem não se interesse por cultura e nem a ofereça à meninada. Assim, os garotos vão ficando à deriva, gostando de tudo o que é porcaria, do que não educa, não ensina e não edifica.
Mesmo com muita dificuldade, vamos fazendo a nossa parte, na esperança de que estejamos semeando corretamente. Deus queira!
Quem não se importa com o crescimento intelectual dos meninos, não pode se queixar de toda essa patifaria que vemos grassar na nossa Pátria e nem mesmo do desconhecimento de nosso país pelos outros povos. Alguns nem sabem que língua falamos, nem qual é nossa capital.
Figurar no mapa do mundo deve ser uma meta aberta. Bem aberta. Dever de todos: família e escola.

 

Sonia Regina P. G. Pinheiro