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Inclusão, de fato ou exclusão real?

29 | 09 | 2017
Fala Diretora
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Inclusão, de fato ou exclusão real?

Atualmente as escolas estão enfrentando um dilema: como promover a inclusão de fato e de direito dos alunos com necessidades especiais?
Nas décadas que se sucederam à democratização do ensino, quando muito mais pessoas tiveram acesso à escola, não se via essa quantidade enorme de crianças e jovens necessitando de tratamento pedagógico diferenciado.
Tenho uma teoria sobre esse número atual em comparação ao do passado: antes, algumas famílias “escondiam” seus filhos em casa, outras achavam que, já que tinham problemas, não precisariam de escola. Escola seria para os que fossem “normais”.
Hoje, a inclusão é lei e negar a matrícula para um aluno que necessite de ensino inclusivo é crime! A coisa mudou de figura!
Tudo isso é realmente muito bonito no papel e na lei, no entanto, as escolas não estão preparadas para incluir de fato os garotos. Pena!
Em alguns colégios, os professores têm a sensação de que a inclusão é para inglês ver e que na verdade estão promovendo uma inclusão exclusiva!
Antes, lidávamos com alunos com dificuldade de aprendizado, apenas. Aquele tipo de aluno que você se pergunta todos os dias, porque não aprende? Aparentemente não tem nada. Era um enigma. Dava um nó no peito ver um garoto ficar retido 4 ou cinco anos numa mesma série. Alguns terminavam o 4º ano primário com barba e pelos nas pernas.
Hoje temos em nossas escolas alunos com problemas de visão, cegos, com problemas de audição, surdos, autistas, cadeirantes, com problemas cerebrais, com síndrome de Down e com alguns outros déficits também com os quais já nos debatíamos anteriormente.
Esses meninos precisam de cuidados especiais, de pessoas que cuidem deles individualmente, de planejamento específico, de atenção e de tudo o que possa fazer com que se integrem, aprendam e busquem (alguns) autonomia e inserção no mercado de trabalho.
As famílias desses alunos devem cuidar da parte que não podemos resolver na escola: médicos, remédios, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos, psiquiatras, enfim, o acompanhamento necessário para dar suporte às atividades pedagógicas.
Estamos tateando no escuro em alguns casos, pois tudo é muito novo. Não nos falta boa vontade e esperanças em colaborar em nossa esfera de atuação, com tudo o que possa fazer desenvolver esses garotos, já que as autoridades (in)competentes assinam a lei e viram as costas. Como sempre!
Quem pensa em excluir um desses alunos, imagine que é seu filho ou seu neto. E ai?

Sonia Regina P. G. Pinheiro