O tempo passa, muda muita coisa e outras nem tanto
Estava refletindo há poucos dias sobre o conhecimento que as crianças e jovens têm hoje comparado ao que tínhamos no nosso tempo, na nossa meninice e juventude!
Fico sempre estarrecida com coisas que ouço da boca de pequeninos! Sabem tanta coisa! O conhecimento para eles é um refresco, algo natural como beber água. Sabem sobre animais, plantas, países, história, mitologia e por aí vai. Uns queridos!
Parece, como diz um velho amigo, que já nascem com cinco anos!
O vocabulário dos pequenos em sua maioria é amplo, tem frases que eu só usei quando era adulta!
Crianças de 8 anos sabem mais inglês do que eu sabia com treze anos!
Motivo de assombro de minha parte, mas também de uma descoberta cruel; as crianças e os jovens olham para a escola com desdém. Lá não é mais o lugar privilegiado de construção de conhecimentos.
Nos anos de nossa infância a escola era o único lugar de aprendizado formal. Era lá que alguém nos falava sobre anfíbios, esses seres mágicos que vivem um tempo na água e depois na terra. Era lá que o professor nos falava as capitais dos principais países do mundo. A escola era nossa tábua de salvação.
Hoje os meios midiáticos, bem como a internet com seus aparelhos encantadores, ensinam crianças, jovens e velhos (esses com um pouco de desconfiança e muita dificuldade, eu que o diga!).
Quero fazer um prato diferente que nunca fiz. Procuro no celular e encontro pelo menos umas dez receitas. Vou jogar fora todos os meus livros de culinária!
Como é que nós mortais professores vamos sobreviver com o conhecimento disseminado, distribuído, ofertado em bandeja de prata por onde quer que procuremos?
Ah, a chave do sucesso, a receita que não tem nenhuma concorrência é o contato social! A troca entre professor e alunos, entre alunos e alunos. O olho no olho, o sorriso, o incentivo, o elogio, o afeto, a avaliação sincera ….Ah, isso sim não tem precedentes!
O conhecimento está para todos em todos os lugares, mas o lugar do professor está marcado com sabor humano sem igual; aquele que é único, porque cada educador é único também.
Muito tempo ainda vai passar. Muita água cristalina e fresca vai passar embaixo da ponte, mas nós seremos sempre importantes para nossos meninos. Quem viver verá!
Sou ou não sou uma otimista inveterada?
Sonia Regina P. G. Pinheiro